Brasil: uma potência em produção de crédito de carbono

Em 22/12/2022

Tempo de leitura: 3 minutos

O Governo do Estado do Rio de Janeiro assinou este ano um memorando com a Nasdaq para a criação de uma Bolsa de ativos sustentáveis no Brasil, visando a negociação de créditos de carbono. Com essa Bolsa, o brasil potencializará relações com o mercado internacional em relação a compra desses ativos.

O Brasil se posiciona para se tornar líder mundial no mercado de carbono, por deter a maior parte do território preservado e, além disso, possuir a maior floresta tropical do mundo e as maiores reservas de água potável do planeta.

Assim como no agronegócio o Brasil tornou-se um dos mais competentes do mundo em termo de produtividade, eficiência e tecnologia, o carbono terá uma trajetória de grandes conquistas. De olho nesse imenso potencial, a Bolsa Verde ganha grande importância.

Mercado Crescente

De acordo com estimativas de mercado, o Brasil poderá movimentar mais de US$ 100 bilhões com o mercado de carbono e gerar 8,5 milhões de empregos até 2030 no setor no País.

Hoje, o Brasil é responsável por cerca de 10% de todos os empregos “verdes” do mundo, que totalizaram 12,7 milhões de pessoas em 2021, segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena).

O mercado voluntário de carbono terá um crescimento exponencial até 2030, para cumprir as metas do Acordo de Paris. O acordo mundial, assinado em 2016, pressupõe o equilíbrio entre emissão e remoção dos gases de efeito estufa da atmosfera até o ano de 2050.

Com demanda crescente, o mercado tem muito a avançar. Em maio deste ano, o Brasil deu um importante passo no sentido da regulamentação do mercado de crédito de carbono nacional com a publicação de um decreto.

Na prática, isso significa a viabilização das transações em certificados de crédito de carbono de forma segura e rastreável, seja com base na tecnologia de blockchain, seja através de fundos de ativos verdes comercializados em mercado de balcão em Bolsa.

A regulamentação permitirá não apenas que ativos brasileiros passem a ser comercializados em bolsas de comércio internacionais, mas também fomentará a criação de centros de comércio nacionais, inserindo o Brasil no sofisticado mercado financeiro “verde” global.

Hoje os créditos de carbono têm diversas naturezas. O crédito de carbono evitado – em que a empresa que emite poluentes ganha crédito por diminuir as emissões de carbono na atmosfera; o crédito de carbono sequestrado – proveniente de atividades de reflorestamento e regeneração; o crédito de carbono estocado – proveniente das matas e florestas, da floresta em pé, preservada; e o de metano. Já existem fundos de investimento lastreados em ativos verdes, atendendo a demanda crescente.

O Brasil tem 2/3 de seu território ocupado por cobertura florestal. É um imenso potencial. O País é o primeiro nessas reservas. E as empresas se comprometeram a neutralizar o carbono emitido.

Empresas em nível mundial precisam se qualificar cada vez mais com certificações verdes e de sustentabilidade, além do compromisso de neutralizar ou reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, para atenderem às crescentes exigências competitivas.

As petroleiras e as companhias aéreas estão nesse rol, adotando cada vez mais políticas de responsabilidade ambiental, social e de governança.

Quando se fala de ativos verdes ainda existem algumas dúvidas. Mas o Brasil já contempla uma legislação avançada nesse sentido.

Recentemente o Banco Central editou instrução esclarecendo as instituições financeiras sobre como contabilizar créditos de carbono em suas demonstrações financeiras, e a CVM prevê a inclusão desses ativos no âmbito de sua regulamentação.

Surge, assim, um ambiente propício às negociações desses ativos. As instituições financeiras, por exemplo, tenderão a dar crédito para empresas que comprovadamente estão cumprindo as suas metas de descarbonização.

Além disso, sob o ponto de vista institucional, Governo, BC, CVM, e outras instituições estão incentivando as empresas para investimento em ativos sustentáveis.


Tags: Agência Internacional de Energia Renovável, Atividades de reflorestamento e regeneração, Ativos verdes, Atmosfera, Banco Mundial, Bolívia, Brasil, Câmara dos Deputados, Censo norte-americano, Chile, Cobertura florestal, Colômbia, Comissão Civil da Bolsa de Ativos Sustentáveis, Congresso nacional, Crédito de Carbono da floresta em pé, Crédito de Carbono da floresta preservada, Crédito de Carbono de metano, Crédito de carbono estocado, Crédito de carbono evitado, Crédito de carbono sequestrado, Créditos de carbono, Deputado federal, Emissões de carbono, Impacto fiscal, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, Irena, Matas e florestas, Ministério Público, Ministério Público da União, Ministros, Parlamentares, Presidente da República, Reajuste, Salário, Senado, senador, Tecnologia de blockchain, Tribunal de Contas da União, Uruguai, Vice-Presidente

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *